domingo, 5 de junho de 2011

Meu filh(a) não quer comer!


Meu filho não come nada! Esta é uma queixa comum nos consultórios de nutricionistas e pediatras. A princípio, a criança deve ser avaliada pelo pediatra o qual solicitará alguns exames de rotina, se necessário, para verificar se a criança possui alguma doença que esteja causando a falta de apetite e, constatado o fato de que a criança é perfeitamente saudável, a dúvida persiste na cabeça da mãe: Mas qual é o motivo da falta de apetite?
A primeira coisa a se fazer, neste caso, é descobrir o que significa o "nada" tão enfatizado pela mãe. Pode-se citar algumas causas comuns, onde a criança não come por quê:

• A mãe oferece muita comida e a criança não consegue comer tudo o que lhe está sendo oferecido.
• Não existe uma regularidade nos horários das refeições. A mãe oferece comida à criança a todo momento e essa se nega a comer por uma razão muito simples: não está com fome.
• Não existe variedade nos alimentos que são oferecidos à criança. Existindo o que chamamos de "monotonia alimentar".
• O ambiente onde a criança realiza as refeições não é apropriado, existindo muito barulho, televisão ligada, discussões etc.
• A criança quer chamar a atenção dos pais, pois sabe que o fato dela se negar a comer implica dizer que os pais irão tentar de tudo para que ela coma como fazer brincadeiras, contar estórias de aviãozinho etc.
• A mãe está tensa demais para que seu filho coma e, como o laço mãe / filho é muito estreito, a criança acaba absorvendo toda essa ansiedade e como, resultado, se nega a comer.
• Está nascendo um dentinho novo e a gengiva está dolorida, impedindo a criança de mastigar os alimentos.
• A criança tem mais de um ano e ainda toma muitas mamadeiras. Este fato faz com que ela não venha a aceitar bem os alimentos sólidos.
• A criança não gostou da comida. Muitas mães fazem a comida da criança separada, sem tempero e às vezes nem chegam a provar não verificando, desta forma, que ficou faltando sal, por exemplo.
• Os pais oferecem alguma guloseima se a criança não come. Desta forma a criança se condiciona: toda vez que não comer tem guloseima.
• A aparência do prato não agradou à criança.
• Existe, na refeição, algum ingrediente que não agrada o paladar da criança.
É fundamental falar um pouco sobre "Necessidades Nutricionais" da criança. Pois é de suma importância que as mães saibam que existe um motivo real para o fato de seu filho ir perdendo o apetite à medida de cresce.
Veja as Recomendações de Ingestão Energética para crianças de 0 a 10 anos de idade:
IDADE
(anos) SEXO NECESSIDADE
ENERGÉTICA (Kcal/Kg)
0 - 0,5 M/F 108
0,5- 1,0 M/F 98
1-3 M/F 102
4-6 M/F 90
7-10 M/F 70
RDA, 1989

De acordo com a tabela acima, observa-se que a necessidade energética vai diminuindo progressivamente à medida que a criança cresce, o que torna a falta de apetite uma ocorrência absolutamente normal. Se o corpo da criança necessita de menos energia, é normal que sua fome diminua.
As mães que insistem em dar suplementos nutricionais, sem orientação, podem estar contribuindo para que seu filho torne-se um obeso. Pois a energia extra que a criança está recebendo, sem precisar, passa a se acumular em seu tecido gorduroso. Mas, o que poucas mães sabem, é que o número de células gordurosas de uma pessoa é definido na infância (até 2 anos de idade) e existindo um número muito grande de células adiposas, no organismo adulto, para a pessoa controlar seu peso é mais difícil. Ao contrário daquela pessoa que, na infância, recebeu uma dieta balanceada e produziu um número normal de células gordurosas.
Algumas dicas podem ser úteis no momento de se alimentar uma criança:

• Oferecer porções de comida adequadas à criança. Deve-se levar em conta a capacidade do estômago da criança.
• Deve existir uma regularidade nos horários das refeições. E, caso a criança não queira comer numa determinada refeição, não se deve dar guloseimas. Adiante um pouco o horário da refeição seguinte. A criança provavelmente estará com mais fome.
• Não deve existir "monotonia alimentar". Ofereça alimentos os mais variados possíveis. Deixe que criança conheça os diferentes sabores dos alimentos e decidir quais ela gosta.
• O ambiente onde a criança realiza as refeições deve ser tranquilo e harmonioso. Os familiares devem evitar para que a criança se sinta o centro das atenções, para tanto, devem procurar estabelecer diálogos, etc.
• Não atender as chantagens da criança. Por exemplo: a criança só abre a boca se primeiro contar uma estória de aviãozinho. Isto deve ser evitado. O ideal é que a mãe ou a pessoa que está dando a comida estabeleça um relacionamento agradável sem chantagens. Uma boa opção é conversar com a criança sobre fatos da vida dela.
• Estimular a criança a comer sozinha. Muitas mães não apreciam esta idéia devido a sujeira que os pequenos fazem. No entanto, quanto mais eles treinam, mais rápido aprenderão a comer sozinhos. E, para a criança, torna-se um prazer poder segurar a colher e levar o alimento à boca.
• Se estiver nascendo um dentinho novo, deve-se ter paciência e procurar dar alimentos mais macios. Não precisa dar um dieta pastosa. A criança pode ficar mal acostumada.
• As crianças acima de um ano, não necessitam de tanto leite como as mães costumam pensar. Nesse período, deve-se diminuir o número de mamadeiras para, no máximo, duas (1 pela manhã e 1 à noite). E não se deve dar mamadeiras depois das refeições (Ex:sobremesa). Procurar dar leite de outras formas, através de vitaminas de frutas nos lanches, pudins na sobremesa etc.
• A comida que é servida à criança deve estar saborosa e atrativa.
• A criança maior de 1 ano deve seguir a dieta da família, portanto se todos estão comendo uma macarronada não podem exigir que a criança coma uma salada de espinafre ou coisa parecida.
Nutri Blog

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