quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Alegria ou felicidade

Todos nós queremos ser felizes, mas sem sentir buscamos essa felicidade fora de nós mesmos! Muitos pensam encontrá-la no Amor, porém o egoísmo ou medo de sofrer não os deixa amar de verdade! Outros no reconhecimento, mas a má vontade é incompatível com a evolução! Há os que buscam essa felicidade em bens materiais, falsa prosperidade, confundindo ambição com ganância! Não podemos também confundir Felicidade com Alegria que é importante e está mais próxima das comemorações! Podemos estar muito alegres num determinado instante comemorando uma vitória e, bem no fundo da Alma, estarmos em conflito conosco e com o Mundo, devido a problemas reais ou não! Felicidade é Paz interior! Essa Paz tem que ser conquistada aos poucos e sempre: cultivando o Amor ao Próximo, tendo a consciência sempre tranqüila de que fazemos o melhor, perdoando-nos pelos erros cometidos, agradecendo o que se tem, respeitando o direito e a individualidade de cada ser humano, procurando fazer o outro feliz, confiando em Deus! Quem vive a fim de prejudicar ou magoar alguém, seja com atos ou palavras, não pode reclamar que a “sorte” não lhe sorri! Por que tantos comemoram a tristeza de uns e se entristecem com a vitória de outros? Não é bem mais fácil cada um cuidar de sua própria vida, buscando essa Felicidade dentro de si mesmos? CADA UM DE NÓS TEM POTENCIAL PARA CHEGAR ONDE QUISER!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Caráter e honra

Precisamos entender o que é “Caráter e Honra”, e quero enfocar este assunto. Têm existido no mundo grandes homens que deixaram em muito de ser o auxílio que poderiam ter sido, simplesmente porque estavam mais interessados em posição e honras humanas do que em serviço humilde e em fazer o que é direito. Henrique Clay tendo sido chamado a tomar posição definida quanto à escravidão, e havendo preparado cuidadosamente seu argumento, Clay levou-o ao Coronel Preston, pedindo-lhe a opinião. Concordo inteiramente com seus pontos de vista, Sr. Clay, respondeu o Coronel Preston, mas creio que seria melhor que deixasse fora tais e tais partes. O exprimir tais opiniões, acho, que vai prejudicar suas perspectivas quanto à presidência, na maior parte do país. Estou com a razão, senhor? Perguntou Clay. Acho que está. Então, Senhor, disse Clay, com decisão, não omitirei palavra alguma e não transigirei com um “til” ou “jota”. Prefiro ser justo, a ser presidente! Precisamos de mais homens que prefiram servir humildemente.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dificuldade de aprendizagem

Vou falar sobre um dos problemas que mais atemorizam pais e as próprias crianças: falta de aprendizagem escolar. Em primeiro lugar, vamos distencionar ao ler o artigo, relaxe os ombros, mexa cabeça, gire seu pescoço, pensa que é brincadeira? Falo muito sério. Pelos anos de experiência que vivi como Diretora Pedagógica Escolar e exercendo também a Psicopedagogia Institucional era o que mais me chamava a atenção a angústia, a tensão que as famílias encaravam as dificuldades educacionais de seus pequenos. Principalmente na época da alfabetização formal, vejo que não é somente a criança que se encontra em processo de alfabetização, toda a família se preocupa, se desgasta em acompanhar o filho, por vezes, trilhar o caminho da alfabetização que acaba se tornando, para alguns, o Caminho das Pedras. Quando a criança vem cedo para a Escola, os profissionais da Educação têm mais tempo para detectar se a criança possui algum problema, seja do mais simples,por exemplo,visão ou audição até alguns mais complicados como a dislexia ou a temida Hiperatividade que tem várias causas,embora sejam crianças muito inteligentes, não têm a aprendizagem condizente com o grau de inteligência. São casos e mais casos que abarrotam salas de Coordenadores Pedagógicos que encaminham estas crianças para Neurologistas, Oftalmologistas, Otorrinolaringologistas, Psicólogos, Psicopedagogos e Fonoaudiólogos. Muitos pais vinham a minha procura nas Escolas por onde passei, ansiosos querendo saber o que poderiam fazer para ajudar seus filhos,sempre respondi: - SENDO PAIS! Criança em casa precisa de Família que a ajude a se organizar, ser cuidadosa com seu material, que lhe eduque, lhe coloque limites e lhe dê muito carinho. É essa a fórmula principal da Família que quer ajudar seu filho na escola, fazer com que ele aprenda a ser responsável, assíduo e pontual, que faça seus deveres de casa. Mas, pára por aí. O desgaste que observava em algumas famílias com crianças que tinham dificuldade de aprender era impressionante, muitos pais acham que os filhos têm preguiça de estudar, porque não entendem que hoje em dia o “estudar” que ele conheceu na escola MUDOU RADICALMENTE! Não dá para se ensinar uma criança para ONTEM, isto é passado. Precisamos ensinar nossas crianças para um Futuro que desconhecemos como será. Temos algumas idéias de que tipo de Homem precisamos formar para ter sucesso no FUTURO: ser criativo, responsável, aprender a aprender sozinho, ter iniciativa, saber trabalhar em equipe, saber ouvir mais do que falar. Essas são algumas características que a maioria dos teóricos em Educação e Profissionais de Educação consideram como indispensáveis em qualquer sociedade do futuro. A criança nasce potencialmente pronta para aprender. A falta de aprendizagem é SINTOMA de que algo não vai bem com esta criança. Pais, deixem a educação escolar para ser trabalhada pela Escola, procurem a Equipe Pedagógica para esclarecer qualquer dúvida. Se forem aconselhados a levar seu filho a um especialista, não demorem, qualquer atraso pode redundar em fazer essa criança perder um ano, repetir um ano. Já está provado que repetir um ano escolar derruba qualquer auto-estima infantil. Afinal quem gosta de ser REPROVADO em qualquer situação da vida até hoje, como adulto? Ninguém melhora com reforço negativo. Saibam que um REFORÇO POSITIVO vale mais que vinte reforços negativos. Brigar com uma criança que tem dificuldade na aprendizagem é quase uma covardia, ela não é preguiçosa, o que o seu corpinho demonstra em se espreguiçar, abrir a boca, pedir para beber água ou ir ao banheiro é um pedido de SOCORRO, “alguém me entenda, por favor? Não estou entendendo nada!”. Por isso, prezado leitor, é necessário que se escolha bem em que escola vai matricular seu filho, que Teoria de Aprendizagem a escola segue, se é tradicional, se é construtivista, sociointeracionista, montessoriana. Por vezes, a criança que tem problemas escolares numa determinada escola, basta mudar para outra que cessam todos os sintomas descritos acima. Prezado leitor, se manifestar desejo em se aprofundar mais nesse assunto, é só escrever, eu farei a continuidade do tema.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Motivação para o trabalho

Tem também aquela dos três operários que tiveram que responde a um passante o que estavam fazendo. O primeiro disse, “Estou assentando tijolos”. O segundo, “Estou correndo atrás do leite das crianças”. E o terceiro foi bem mais longe, “Estou construindo uma catedral”. Verdade verdadeira que quanto mais abrangente a consciência a respeito do seu trabalho, mais dignidade e motivação você encontrará nas tarefas do dia-a-dia. A Bíblia conta a história de Jacó, que trabalhou 14 anos para o sogro em troca da autorização para casar com Raquel – vai ser apaixonado assim lá na Bíblia! O fato é que o Nietzsche tinha mesmo razão: “somente quem sabe o porque da vida é capaz de suportar-lhe o como”, ou se você preferir, somente quem sabe porque está trabalhando é capaz de suportar a rotina. Poderíamos ampliar essa idéia para, “quanto mais nobre a motivação, mais leve o trabalho”, ou “quanto maior a motivação, menor o sacrifício”, isto é, se você souber que levar duas toneladas de pedra até o alto da montanha salva a vida do seu filho, então, que venha a montanha. O segredo é encontrar um significado para o trabalho. A atividade não pode ser um fim em si mesmo. Gosto de acreditar que trabalhar é cooperar com Deus para colocar ordem no caos – imagine como seria o mundo sem aqueles caras que limpam as galerias de esgoto (aliás, não precisa imaginar, basta visitar São Paulo numa tarde de chuva forte). Trabalhar é cooperar com Deus para colocar ordem no caos, tornar o mundo habitável, mais justo, mais fraterno, mais solidário, isto é, o mais parecido possível com o paraíso. Utopia? Claro. Mas é bom que sejamos movidos por utopias. A alternativas são o niilismo, o cinismo, ou algo pior. Gosto também de acreditar que o trabalho é uma experiência de autodesenvolvimento, coisa que disse o Vinícius, “o operário faz a coisa e a coisa faz o operário”. Trabalhar é expressar talento, canalizar aptidão de maneira útil, fazer algo que presta para um montão de gente, o que dá aquela maravilhosa sensação de “eu faço diferença”. Enquanto a gente vai transbordando para o mundo através do fruto do nosso trabalho, a gente vai se conhecendo, aprendendo a se dominar, se desenvolvendo emocional, intelectual e espiritualmente. Eu ficaria orgulhosíssimo de ouvir uma mulher dizer “meu marido melhorou muito desde que começou a trabalhar com o senhor, é mais paciente com os meninos e parou de beber”, ou então imagine aquela mãe cumprimentando você no dia da festa de fim de ano “doutor, obrigado, meu menino é outra pessoa desde que veio trabalhar no seu escritório”. O maior fruto do seu negócio é o tipo de gente que ele coloca na sociedade. Uma pergunta que sempre me faço é a seguinte, “o que esse cara aprendeu durante estes cinco anos que trabalha na minha equipe?”. O camarada que trabalha no estoque ainda está lá, ou sua empresa facilitou uma formação universitária para ele? A menina que trabalhava na recepção ainda está lá, ou sua empresa ajudou que ela terminasse o segundo grau? A faxineira já sabe ler? Seu motorista já mudou para uma casinha melhor? Seu engenheiro está mais equilibrado ou ainda está na mão de agiota? Enfim, você faz gente melhor, ou ganha dinheiro com elas? Você usa a coisa para ganhar pessoas, ou usa pessoas para conseguir as coisas? O trabalho que não me faz melhor não me serve. O ambiente profissional que não alavanca biografias ainda está aquém de seu potencial pleno de produtividade. Filosofia à parte, o negócio é o seguinte: é negócio mesmo. Apesar da beleza dos conceitos trabalho e utopia, trabalho e justiça social, trabalho e desenvolvimento pessoal, no fundo, no fundo, a maioria trabalha mesmo é para ganhar dinheiro. Convenhamos que é muito difícil passar a tarde atrás de um guichê e na frente de uma fila interminável que se arrasta, e fazer isso acreditando que o mundo vai ficar melhor quando a fila acabar, ou que você vai embora pra casa mais gente do que quando assumiu o balcão. Fala a verdade, imagine você dando uns tapinhas no ombro dos caras que estão atravessando a garagem com uma geladeira pendurada no cinturão, “parabéns pessoal, o mundo vai ficar bem mais bonito quando vocês chegarem no décimo quarto andar”. E aquela reunião de planejamento? E os gringos que chegaram da matriz e querem saber os detalhes da projeção da variação cambial, o efeito de médio prazo na rentabilidade da operação, e por que a lata de ervilha do concorrente é oito centavos mais barata? Outro dia eu conversava com o diretor comercial de uma multinacional que me dizia que, sendo bem honesto, ele trabalhava para ganhar dinheiro para o acionista e corria atrás das metas por causa do bônus do final do ano. A conclusão dele era que essa conversa que tenta dar uma dimensão nobre na selvageria das relações de mercado é tudo enganação, maquiagem, discurso para apaziguar consciência. Não me conformei com o veredicto. Mas me solidarizo com os camaradas que estão estressados pela correria atrás de resultados, entediados com intermináveis reuniões de blá-blá-blá, frustrados com a incompetência do chefe, desanimados porque chegaram na idade que limita sua ascensão na empresa e diminui suas chances no mercado, ou que foram injustiçados por uma política interna da companhia decidida lá do outro lado do mundo. Chegamos numa encruzilhada. Não podemos abrir mão da dimensão que alinha o trabalho e a vida profissional com nossos valores e crenças mais profundas. Mas não são raras as vezes quando não conseguimos enxergar qualquer relação entre o que fazemos durante a maior parte do nosso tempo acordado com aquilo que realmente importa. Depois de alguns anos conversando com pessoas que chegaram nesse impasse, cheguei a algumas conclusões. Uma delas é que o significado do trabalho e da atividade profissional não está necessariamente na atividade essencial que o define. O significado do trabalho não está necessariamente em atender a fila, redigir uma petição, planejar o lançamento de um novo produto, restaurar um dente ou mudar a geladeira de uma cozinha para outra. Evidentemente, o mundo seria um caos se essas e milhões de outras coisas não fossem feitas. Mas o segredo não está necessariamente na atividade. É claro que algumas pessoas conseguem ver suas atividades e as ações que definem a essência de seu trabalho, como um fim em si mesmas. Mas se não é o seu caso, nem tudo está perdido, pois o segredo não está no que você faz. Existem outros alicerces para que seu trabalho seja uma fonte de satisfação e seja redimensionado para significados perenes. Você deve focalizar não apenas o que você faz, mas também e principalmente como você faz, o ambiente onde você faz, as pessoas com quem você faz, as recompensas que você alcança depois que faz. É possível que o camarada chegue em casa quebrado e diga pra esposa que passou o dia todo carregando caminhão. Mas também é possível que chegue em casa e diga que enquanto carregava caminhão pôde conversar com o Carlão, “que tá de cabeça cheia e ficou dois dias no bar, e eu falei pra ele sair dessa vida”. É possível que a mulher chegue em casa exausta e resmungando daquelas velhinhas que demoram 20 minutos para pagar uma conta de luz e nunca ouviram falar em débito automático. Mas também pode chegar em casa e contar que a filha da Ritinha tá grávida e o marido desempregado, e que ela chamou tomou mundo pro almoço do sábado, “já que os meninos tão viajando mesmo, a gente pode fazer um agrado pra Ritinha que ajudou muito a gente quando sua mãe tava no hospital”. Imagine como fica diferente quando o seu Pedro chega no fim de semana e diz que estas duas horas a mais que ele trabalhou por dia no táxi valeram a pena e que vai dar pra fazer a festinha de um ano do netinho. Ou então quando o Paulo Roberto desabafa com o pai dizendo que a empresa não remunera tão bem, mas que a chance de fazer o MBA e a oportunidade de trabalhar com o Dr. Estevão são impagáveis. Então a coisa é a seguinte. De vez em quando você tem certeza que está construindo uma catedral, outras vezes está apenas assentando tijolos e na maioria das vezes está defendendo o leite das crianças e uma aposentadoria confortável. Mas qualquer que seja sua atividade profissional e seu ambiente de trabalho, sempre é possível fazer as coisas com integridade e qualidade, expressar talentos e canalizar capacidades de maneira útil visando beneficiar o maior número possível de pessoas, cultivar bons e agradáveis relacionamentos, praticar a camaradagem e desenvolver amizades profundas e duradouras, aprender alguma coisa, crescer como gente e se aperfeiçoar como profissional, somar recursos e amealhar riquezas que poderão ser desfrutadas e compartilhadas. Basta levantar os olhos dos fatos e das atividades tangíveis e visíveis, pois como Einstein fez questão de registrar no aforismo afixado na parede de seu gabinete “nem tudo que conta, pode ser contado, e nem tudo que pode ser contado, conta”.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

No jogo da vida, precisamos treinar e jogar muito bem.

Se nosso time sabe o que fazer em campo, sem se importar com a torcida contrária, a vitória desenhada nos vestiários, se tornará uma realidade. É preciso, porém muito cuidado com os cartões vermelhos, é tudo o que o adversário deseja para os nossos atletas. No jogo da vida o importante é não se preocupar com o placar (pois podemos estar perdendo), e não se preocupar com os ataques do outro time, mas fazer “os gols” necessários para a conquista da vitória. Saber viver, saber enfrentar as pressões do dia-dia, saber driblar as dificuldades e olhar firmemente para o objetivo, deve ser o alvo de todo aquele que caminha, que corre, que se leve, que vibra nos gramados da vida.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

As portas docoração

Acho que ninguém passa a vida como uma folha em branco, sem escritos, sem rabiscos. Tudo vai sendo escrito na alma, os momentos vão sendo registrados , misturando o que foi com o que deixou de ser, as grandes expectativas com as grandes decepções.Cada página virada traz as marcas das que passaram e com o tempo vamos aprendendo a prudência nas relações.Quando somos jovens é diferente, pois a esperança é tão eterna quanto o amor que toma conta da gente. Mas os anos nos trazem a vivência, a desconfiança e a memória das coisas que nos fizeram mal.Se na juventude nos jogamos de cara a cada nova oportunidade, mais tarde aprendemos a caminhar lentamente, olhar de longe, tentar reconhecer os riscos e buscar garantias. Essas mesmas garantias que só são assinadas depois, bem depois, caso existam.A vida não nos abandona e as oportunidades vão surgindo. Mas, com elas as feridas que se reabrem, que revivem e fechamos os olhos a, talvez, belos instantes de felicidade plena e eterna.Não sabemos! Não podemos saber! As pessoas não são iguais, mas tão parecidas! Não queremos sonhar de novo e cair de novo, chorar de novo e parecer tolos aos olhos dos outros… preferimos fechar as portas do coração e olhar pela fresta, imaginar o que teria sido se tivéssemos, pelo menos, tentado…Queremos sempre o amor, nunca a dor que dele resulta. Queremos o mel, a alegria e até a saudade que pode incomodar o coração, mas dor… dor não!Não sabemos, talvez, que seja esse o preço e que a alegria de amar um tempo vale mil vezes a dor cravada na alma.Amar alguém é elevar-se ao ponto nobre da vida. É tocar o céu e ter a terra aos seus pés. E se mais tarde os ventos contrários nos trazem de volta, valeu a viagem, valeram as lembranças que carregamos e que nos sustentam.E entre os escritos da vida, prevalecem, no fim, o néctar que soubemos tirar das flores, a poesia que tiramos dos amores, mesmo daqueles que tiveram fim… Letícia Thompson

domingo, 11 de setembro de 2011

Angustias da alma

As angústias da alma nos jogam de um lado para o outro e não sabemos se nos basta um calmante ou uma oração, ou ambos. Não se sabe se o apelo vem da imanência ou da transcendência. Não é possível distinguir o necessário: o pão ou a providência, o aplauso ou o significado, o sexo ou o afeto, o prazer ou o arrebatamento. Na verdade, não sabemos sequer se uns existem sem os outros, ou, por exemplo, onde estará o afeto sem o toque, a providência sem a mesa posta, a realização sem o reconhecimento, o significado sem a aprovação, o êxtase sem a sensação. Pode o faminto experimentar a segurança; a presença conviver com a solidão; o útil permanecer anônimo? Angústia é o estado de quem está diante de “um afluxo incontrolável de excitações muito variadas e intensas a que é incapaz de responder”; pelo menos foi o que disse o Houaiss. Alma é o conjunto indissociável formado pelo corpo e o espírito humano: pó da terra + fôlego da vida = alma vivente, conforme o Gênesis, livro da Bíblia Hebraica que narra a origem da raça humana. As angústias da alma implicam, portanto, um inevitável estado de excitamento diante de incontáveis possibilidades, tanto para o corpo quanto para o espírito: a dança da alma diante do efêmero e o eterno, o singelo e o sublime, o animal e o divino, a terra e o céu, que se entrelaçam numa unidade de mútua afetação, pois o que o corpo experimenta toca o espírito e o que o espírito penetra faz tremer o corpo. As angústias da alma nos jogam de um lado para o outro e não sabemos se nos basta um calmante ou uma oração, ou ambos. Não se sabe se o apelo vem da imanência ou da transcendência. Não é possível distinguir o necessário: o pão ou a providência, o aplauso ou o significado, o sexo ou o afeto, o prazer ou o arrebatamento. Na verdade, não sabemos sequer se uns existem sem os outros, ou, por exemplo, onde estará o afeto sem o toque, a providência sem a mesa posta, a realização sem o reconhecimento, o significado sem a aprovação, o êxtase sem a sensação. Pode o faminto experimentar a segurança; a presença conviver com a solidão; o útil permanecer anônimo? De noite na cama, custo a pegar no sono, pois minha mente não para, meu corpo não aquieta, meu espírito não silencia. O coração acelera, a criatividade dispara, as preces se multiplicam. Outra noite percorri mentalmente, passo a passo e em ritmo lento, os 2 Km que percorro quase diariamente em minhas corridas matinais. Adormeci. Meu exercício predileto, no entanto, é me imaginar andando sobre as nuvens, calça larga e arregaçada de um algodão leve bege clarinho e um camisão tipo bata, branco, escorrendo para fora da calça. Diante de mim um imenso arquivo de madeira, branco patinado, com gavetas abertas e em cada gaveta uma etiqueta com a inscrição de um objeto de minhas preocupações, ansiedades, sonhos, responsabilidades e amores: uma gaveta para mim, uma para meu filho, minha mãe, meu pai, meu trabalho, meus amigos, meu futuro, e o paradoxo do mundo distribuído em incontáveis gavetas, que percorro lentamente até mergulhar no sono. Caminho lentamente entre as nuvens, como que flutuando, com o único esforço de fechar cuidadosamente cada gaveta, num gesto de gratidão, devoção e consagração: fechar a gaveta é entregar seu cuidado às mãos de Deus. Assim oro todas as noites. Assim vou desacelerando a alma, diminuindo e cadenciando o coração, tratando cada fantasia e administrando cada conflito... Assim oro todas as noites. E durmo sem saber quais gavetas ficaram por fechar. Mas a cada manhã, com o sol, também se levanta minha alma. E com ela suas angústias. E sobre tudo, a misericórdia e a bondade de Deus, que me seguem todos os dias da vida. A alma angustiada retoma seu caminho, põe o pé na estrada, mangas arregaçadas, até deitar-se à noite, com o coração batendo acelerado, a mente rodando em velocidade incalculável e o esboço do dia seguinte rabiscado na tela da madrugada. As gavetas estão todas abertas novamente. E lá se vai o andarilho das nuvens, fechar uma por uma, de novo e mais uma vez, até que as luzes se apagam. Todo dia, toda noite. Tudo jamais igual. Os encontros e desencontros do dia estão nas primeiras gavetas: frases pela metade, falas desconexas, palavras mal-ditas; vergonhas e virtudes; pessoas – de perto, de longe, de sempre; tarefas inacabadas e projetos deflagrados; mais vontades, mais planos, mais promessas, mais, e cada vez mais. Mas as gavetas mais pesadas e difíceis de empurrar são as que carrego comigo durante a caminhada diária. Pego cada uma delas todas as manhãs e as levo para a luz do dia. Nem sempre consigo coloca-las no armário branco do chão das nuvens, e quando ficam amontoadas ao pé da cama, são prenúncio de noites mal dormidas. São estas as maiores angústias. E delas ainda não consegui me livrar completamente. São três as gavetas pesadas: a gaveta da integridade, da criatividade, e da legitimidade. Minha gaveta da integridade é muito pesada: o esforço sem tréguas, para preservar o coração puro e as mãos limpas. Manter distantes coisas como a inveja, a ganância e a cobiça; o ódio, a mágoa e o ressentimento; o cinismo, a desesperança e a incredulidade; a preguiça, a indolência e a displicência; o orgulho, a vaidade e a prepotência. Conviver com olhares, cartazes e esbarrões; propostas, ofertas e insinuações; possibilidades, oportunidades e devaneios; promessas, presentes e pretensões; notícias, informações e presságios; eu, tu, eles – nós, todo dia, toda hora... viver é mesmo muito perigoso, digo, maravilhoso. A outra gaveta, da criatividade, não pesa menos: o trabalho incessante para conseguir “the master piece”, a obra prima, o grande feito, a grande sacada, o grande insight, a tacada de mestre. Provavelmente isso tem a ver com o anseio por relevância, aquela coisa de deixar um legado, oferecer o melhor dos talentos e habilidades para o bem comum. Talvez, em termos mais infantis ou egocêntricos mesmo, algo como escrever na porta do banheiro do museu em New York “ eu estive aqui”. Que loucura isso de desejar ser contado entre os gênios da raça... viver é mesmo muito cansativo, digo, criativo. A última gaveta é mais uma idiossincrasia, uma encucação particular e bem pessoal. Ou, quem sabe, coisa de consciências mais sensíveis. A meu respeito, prefiro a primeira opção; concedo a segunda para pessoas como você. Trata-se da gaveta da legitimidade. Advirto que somente pessoas que se julgam privilegiadas têm que abrir e fechar esta gaveta – ou carregá-la. No meu caso, sofro muito com ela. Desde sempre acredito que Deus marcou um “x” nas minhas costas e colocou alguns anjos especiais no meu encalço. Tenho mais do que preciso e, graças à bondade dos amigos e de pessoas que querem demonstrar sua gratidão para comigo sem que eu nem mesmo saiba o que foi que fiz, acessos que meu dinheiro jamais pagaria. Tenho uma vida boa e me considero feliz e realizado. As coisas onde ponho a mão, geralmente dão certo, e raramente ouço “não” como resposta (sim, é verdade, não peço muito). O problema disso é que toda vez quando me dou conta da minha bem-aventurança, lembro da desventura dos outros. Outro dia li que 7 dólares prorrogam a vida de uma criança por uma semana em algum canto do terceiro mundo. Pronto, já não consigo ir ao cinema sem considerar a legitimidade de gastar para curtir o último filme do mmento, regado à pipoca e chá gelado. A questão é: num mundo de desigualdades e sociedades miseráveis, o que se pode considerar um prazer legítimo? E me diga lá, por que minha vida – que já foi, sim, tocada pela tragédia – é tão boa, enquanto a de outros – inclusive os que eu amo – sofrem tanto? Enfim, uns com tanto, e outros com tão pouco... viver é mesmo muito injusto, digo, gratificante. Por essas e outras é que minha alma vai dormir exausta. E haja gaveta pra fechar... Por enquanto, sigo meu caminho sob o epitáfio da Olga Benário: lutando pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Virtudes

VIRTUDE A virtude é uma força que age ou que pode agir; é um poder específico que constitui um valor essencial para qualificar a pessoa. A virtude de uma faca é cortar, de um remédio é tratar e de um homem é querer agir humanamente. A virtude, repete-se desde Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem; é o esforço para se portar bem. O fato biológico de se nascer pertencente à espécie humana não torna a pessoa humanizada, como tantos o gostariam. É a maneira de ser e de agir humanamente, isto é, é a capacidade do agir bem que define o humano. E é a própria vida, a própria trajetória de viver que oferece a chance e o aprendizado de tornar-se essencialmente humano. As lições de humanização oferecem-se no cotidiano e representam as tarefas com as quais todos os seres humanos têm que lidar. Seja investindo em cumprir bem a tarefa, seja pelo cultivo da virtude a ela associada, o caminho do crescimento e a evolução para ser humano está pautado nessa aprendizagem e nessa prática. Definir a própria identidade, o próprio desejo / Coragem Garantir sua sobrevivência / Perseverança Comunicar seus pensamentos e opiniões / Alegria Lidar com a família / Fidelidade Encontrar o próprio Ser / Gratidão Ter um trabalho e cuidar da própria saúde / Disciplina Relacionar-se com os outros e/ou com o outro / Temperança Enfrentar as perdas, a sexualidade e ser capaz da transmutação / Transcendência Ter ideais sejam filosóficos e/ou religiosos / Fé Participar da vida social, achando seu próprio lugar / Responsabilidade Partilhar a vida em grupos, lidar com o que é coletivo / Generosidade Vivenciar a espiritualidade, fazendo a síntese da própria vida / Compaixão Parece não ser possível viver sem lidar com essas doze questões. Mesmo que não sejam resolvidas, tais questões se impõem a cada um, até mesmo pela falta. Cultivar as doze virtudes no cumprimento das doze tarefas habilita o ser humano à sua "virtude" maior – O AMOR. Se fosse escolha, o amor seria a maior virtude por excelência. Não sendo escolha, nós humanos temos que nos habilitar a vivenciá-lo cada vez mais plenamente. Esse foi o ensinamento de Cristo, de Buda e de outros tantos mestres. O amor nos humaniza em profundidade e acende o que há de melhor em cada ser humano. Cultivar as virtudes e cumprir as tarefas da humanização são práticas de BEM-VIVER, de estimular a amorosidade que nos torna humanos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Só dê ouvido a quem te ama

Só dê ouvidos a quem te ama. Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque não é capaz de viver bem a sua própria vida. É especialista em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua própria história, fracassa.

Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dá conselhos, propõe soluções, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer.

Só dê ouvidos a quem te ama, repito. Cuidado com as acusações de quem não te conhece. Não coloque sua atenção em frases que te acusam injustamente. Há muitos que vão feridos pela vida porque não souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteúdo mentiroso delas.
Há muitos que carregam o fardo permanente da irrealização porque não se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: só dê ouvidos a quem te ama. Não se ocupe demais com as opiniões de pessoas estranhas. Só a cumplicidade e conhecimento mútuo pode autorizar alguém a dizer alguma coisa a respeito do outro.

Ando pensando no poder das palavras. Há palavras que bendizem, outras que maldizem. Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser também. Além de bendizer com a palavra, Ele também era capaz de fazer esquecer a palavra que amaldiçoou. Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar.

Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também. Há mais beleza em construir que destruir.

Repito: só dê ouvidos a quem te ama. Tudo mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo.

Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.

O que te salva não é o que os outros andam achando, mas é o que Deus sabe a teu respeito.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Que papel você desempenha nos relacionamentos?


É importante que você saiba como as relações funcionam para que não repita esses padrões vida afora.
Para que um relacionamento vingue, é importantíssimo que as pessoas envolvidas tenham a humildade de abrir o coração, assumir seu jeito de se relacionar e discutir, juntas, as opções que têm para evitar sofrimentos desnecessários. O ideal é que cada um fale de si, mostre ao outro quanto ele é importante e, principalmente, perceba que ninguém tem o direito de querer mudar ninguém a não ser a si mesmo.
Digo isso porque, numa mesma família, as pessoas tendem a desenvolver papéis diferentes, e para que todos vivam bem é necessário que cada um descubra o que precisa ser mudado.
No casamento, há duas tendências: a primeira é de que o casal seja muito semelhante, para que um busque no outro o apoio num trabalho comum. Dois protetores do universo, por exemplo, podem ter uma forte tendência para o trabalho social. Vão cuidar de todas as pessoas que aparecerem em sua vida. Em geral, a força desse tipo de casamento está muito mais centrada na amizade que na paixão e no romantismo.
A segunda tendência é de que os parceiros sejam complementares. Nesse caso, uma vítima da vida provavelmente se casará com um protetor do universo. Um deles será o eterno carente, e o outro, o eterno cuidador. Quando isso acontece, o casal freqüentemente tem muitos conflitos, mas também muita paixão. O problema é que, depois de uma sucessão de brigas e apaixonadas reconciliações, um dos dois se cansa e acaba caindo fora.
Já os amigos tendem a ter o mesmo jeito de viver, o que, em geral, amplia a cumplicidade entre eles. Se os dois forem vítimas da vida, por exemplo, poderão conversar bastante, e assim justificar um para o outro o fato de não fazer nada para assumir o controle da própria vida. Se os dois forem supercríticos, terão prazer em esmiuçar os defeitos de todo mundo enquanto tomam uma cerveja no bar da esquina.
Entre pais e filhos, as relações também tendem a ser complementares. O pai protetor do universo certamente criará o filho para ser a eterna vítima, pois dessa maneira poderá exercer seu papel de cuidador, tentando assumir o controle da vida do filho. O filho vítima, por sua vez, colocará a culpa de seus fracassos nas costas dos pais e, ao mesmo tempo, se aproveitará da necessidade deles de ter alguém para cuidar.
É importante que você saiba como as relações funcionam para que não repita esses padrões vida afora. Tenha consciência de que, ao decidir mudar, inevitavelmente provocará alterações significativas em seu grupo social. Se você sempre viveu como a eterna vítima e agora decide assumir suas responsabilidades, começa a trabalhar, toma a atitude de sair de casa ou qualquer coisa do tipo, muito provavelmente causará uma confusão imensa na família.
Por isso é importante que você e as pessoas de seus relacionamentos façam uma reflexão honesta e reconheçam a responsabilidade de cada um na criação dos problemas. Assumam, juntos, o compromisso de crescer, de ser melhores e mais felizes. No fim desse processo evolutivo há muito mais amor e plenitude do que vocês jamais experimentaram.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Conversando sobre drogas



Vivemos em um mundo desumanizado, que gera e fomenta personalidades ‘doentes’. Os valores humanos, afetivos e sociais, são deixados de lado e as substâncias estimulantes substituem os afetos essenciais à vida, gerando depressão em massa. Os tóxicos surgem como a solução ideal, disponível, trazendo alívio imediato. Mesmo que ilusóriamente.
As pesquisas e a realidade mostram que a maioria dos usuários / dependentes de drogas continua morando com sua família de origem, sendo, geralmente, sustentados pela mesma. Estabelecem-se padrões de relacionamento, com papéis e funções fixos: o usuário é o algoz e a família, a vítima, o que praticamente impossibilita a mudança das relações familiares, sem ajuda externa.
A família quer que seu ‘bode expiatório’ (o adicto/usuário) seja ‘curado’. Relacionando suas dificuldades apenas a ele: “Se não fosse o problema do abuso de drogas, seria tudo um mar de rosas”.
Um filho que escolhe a dependência química, escolhe não se tornar independente, portanto, não crescer nem se separar da família. Ele passa a depender cada vez mais da família e aglutina todos à sua volta. Por outro lado, a família tampouco precisa encarar as mudanças naturais em seu ciclo vital (saída do filho de casa, casamento, nascimento dos filhos, morte dos pais), já que a crise congela o tempo e desvia a atenção da família daquele momento de mudança e de situações potencialmente dolorosas, que precisam ser revistas. A família, ao ter de cuidar do paciente referido, adia esse momento, seja temporária ou definitivamente. O preço a pagar é que a família se coloca como refém e vítima do usuário, vivendo a vida dele e em função dele, e, assim, ficam todos emaranhados e enredados, lidando com culpa e acusação mutuamente. Mas ninguém se separa, selando um pacto de morte para todos os envolvidos. O que gera a doença familiar.
O usuário fica obsessivo pela droga e a família pelo usuário. O desequilíbrio geral se estabelece e equipara todos os envolvidos. É uma situação onde não há ganhadores, todos perdem. O usuário chega a dizer, por exemplo: “Olha como vocês é que estão doentes; prefiro continuar bebendo a ficar sóbrio e nervoso como vocês”.
O que fazer diante dessa situação?
Neste momento conversas esclarecedoras de caráter reflexivo-pedagógico a respeito do tema, com psicólogos especializados em dependência química.
para refletir sobre o uso de álcool e/ou outras drogas por parte de nossos familiares.
Se você é familiar/amigo de um usuário, e está sofrendo com seu uso descontrolado, procure ajuda. Segundo a Organização Mundial de Saúde, de cada dez dependentes de substâncias químicas apenas sete se salvam, quando a família e o usuário se tratam. Venha engrossar as estatísticas positivas, não sofra em silêncio! Você pode contar com ajuda e orientação de profissionais para casos agudos ou crônicos em sua família.
Na seja um refém, mas um ajudador,uma pessoa que deseja verdadeiramente que o outro tenha uma vida digna. E em especial ame,mas ame muito,pois este é um segredo que muitos esquecem durante este furacão.
Tacía Pítsica
Psico-pedagoga

domingo, 4 de setembro de 2011

A aventura das emoções

Hoje levantei cedo pensando no que tinha para fazer antes que o relógio voltasse a marcar meia-noite novamente. Fiquei cansada antes mesmo de botar o pé para fora da cama. Parei. Respirei lentamente por alguns instantes. Fiquei em silêncio e sentenciei: é minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar por meus pais não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Torço para que, amanhã cedo, você se levante com alegria e celebre a oportunidade que a vida lhe dá para lutar uma vez mais, com energia renovada, por seus sonhos de felicidade e saiba, com sua energia, realizar o que se propõe, mostrando a todos uma incrível disposição para batalhar até o fim. Com o carinho de sempre, Faça o que quiser pense o que quiser mas não culpe ninguém por seus resultados. Tacía
A revolução das emoções Vivemos uma brutal confusão entre sonhos, ilusões, realidade e fantasia. O desafio é saber pegar na realidade e, a partir dela, construir sonhos legítimos Por José Luiz Tejon Em uma recente palestra que fiz sobre O Vôo do Cisne, livro que escrevi em 2002 e chega agora à oitava edição, uma pesquisadora, que estudava os participantes do evento, me revelou em uma única frase o desejo ardente e mais profundo das pessoas: "fazer a revolução das emoções". E, por trás desse propósito, revela-se a repulsa às “celebridades” falsamente construídas. Basta de exemplos de seres extra-terrestres, distantes de nós, pessoas que nem conseguimos apalpar, ver, pegar ou sentir. As pessoas desejam uma revolução dentro das suas emoções, em suas vidas, nos seus bairros, cidades, casas. Ou seja, que afetem pessoas de verdade. Vivemos uma brutal confusão entre sonhos, ilusões, realidade e fantasia. O desafio, portanto, é saber pegar na realidade e, a partir dela, construir sonhos legítimos. Sonho é o que você faz com a realidade enquanto sonha. Ilusão é o que a realidade faz com você enquanto você se ilude.O livro O Vôo do Cisne é uma experiência dura e amarga de um "patinho feio" que vai transformando a sua vida em "cisne". E um aspecto sensacional da história é prestar atenção no valor das pessoas simples. Nada acontece e se consegue sozinho. A dependência aos outros é extrema – e de gente próxima! Não são as celebridades que fazem a diferença nas nossas vidas, mas os pais, a família, os vizinhos do bairro, o amigo da rua, a professora da escola, o servente de um bar, o patrão do primeiro emprego e a enfermeira que, além de cuidar das suas feridas, ajuda a sua cabeça.Juntamente com o maestro brasileiro João Carlos Martins, fui convidado para estar ao lado de outras 34 pessoas do mundo inteiro em uma publicação que será lançada pela editora norte-americana Mcgraw Hill, até o final do ano. Patrick Sweeney, um dos autores, ao me entrevistar em São Paulo no início deste mês de maio, perguntou : "Tejon, qual foi a primeira vez que você se sentiu forte? Quanto tomou consciência de sua força interior?". Pensei e não consegui lembrar de um momento específico, uma hora em que tudo ficou claro. Forcei a memória e chorei. Entendi, pela primeira vez em quase 50 anos, que há processos ao longo da vida que nos levam a seguir, caminhar, não parar ou desanimar. Lembrei-me, então, dos insistentes convites da minha mãe para que eu, aos seis anos de idade, a ajudasse a puxar o carrinho de feira pelas ruas do nosso bairro, em Santos. Eu, com uma terrível queimadura no rosto, não queria sair de casa por nenhum motivo. Mas minha mãe não desistia em tentar me convencer de que precisava da minha ajuda. "Você tem puxar o carrinho!", repetia ela. Debilitado, sempre saindo de alguma cirurgia, eu não tinha força nem para me puxar. Imagine só puxar o carrinho da feira? Pois, agora, relembrando os fatos, descobri que ela me enganava ao pedir minhas forças para ajudá-la – quando, em verdade, ela me passava toda a sua força e coragem para me tirar de casa, do escuro, da caverna. Se eu não conseguisse enfrentar a feira do meu bairro, seria impossível encarar o resto do mundo. Nenhuma celebridade fez isso por mim. Foi uma simples mãe adotiva e quase analfabeta. Revolucionar suas emoções significa prestar atenção nos detalhes da sua realidade. Beijá-la. Cada momento da sua realidade constrói ou destrói sonhos. Ilude ou realiza. Preste atenção. Só você pode descobrir. Roberto

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A tirania da felicidade

A tirania da felicidade Ser feliz virou uma obrigação. Se diz que a felicidade é o objetivo maior da humanidade. Pascal Bruckner, enseaísta francês, analisa que esse fenômeno ocorreu “depois de 1968, quando se fez uma revolução em nome do prazer.” Desde então, a felicidade, “mais do que o dinheiro, é a nova ostentação dos ricos. O consenso diz que a felicidade é o objetivo maior da humanidade. Pascal Bruckner, ensaísta francês, analisa que esse fenômeno ocorreu “depois de 1968, quando se fez uma revolução em nome do prazer.” Desde então, a felicidade, “mais do que o dinheiro, é a nova ostentação dos ricos”. Eles estão na mídia e exibem seus carros de luxo, sua vida amorosa extraordinária, seu sucesso social, financeiro ou mesmo moral, quando colaboram com instituições beneficentes. “A felicidade é o objetivo da busca eterna e universal que vem ocupando a mente humana desde os primórdios da criação. As pessoas podem diferir em suas perspectivas políticas e religiosas, filosofias de vida, perfis psicológicos, cultura e raça, mas todos, sem exceção, querem ser felizes. A felicidade é a meta do pobre e do rico, do erudito e do ignorante, do santo e do pecador, do ateu e do crente, do ascético e do indulgente. É por causa da felicidade que aspirantes espirituais oram, trapaceiros trapaceiam, açambarcam caridosos entregam-se à caridade, bêbados bebem, ladrões roubam e penitentes se arrependem. Almejando felicidade uns se casam, outros se divorciam, alguns cometem suicídio e outros se tornam homicidas. E, no entanto, a perseguição à felicidade resulta numa tentativa caótica, absurda, infrutífera. Ninguém tem certeza de como alcançá-la. Nenhum ramo de estudo nos trouxe qualquer conhecimento a respeito do segredo da felicidade. A religião enfatiza a salvação e a filosofia, a busca da verdade. Os moralistas falam a respeito do dever e os psicólogos nos pedem que enfrentemos e convivamos com a infelicidade. Os cientistas pouco se importam com nossos sentimentos e os economistas dão valor tão-somente à riqueza e prosperidade. Nenhum deles se dedica ao problema da felicidade. Em busca da felicidade as pessoas freqüentemente se comportam de forma estranha. Alguns ficam felizes quando os outros estão felizes, alguns são felizes quando os outros são infelizes e existem até mesmo aqueles que são felizes quando eles próprios são infelizes. Uns têm esperança de comprar a felicidade enquanto outros há que tentam usurpá-la do próximo. Há aqueles que buscam alcançar a felicidade através do domínio, pelo poder; outros, no apego às coisas. Desta forma, estamos todos, constantemente, perseguindo a felicidade ao invés de sermos felizes. “Não admira, portanto, que nasçamos chorando, vivamos nos lamuriando e morramos frustrados.” A sociedade contemporânea vive à luz de um único mandamento: “Serás feliz”, que traduzido é “buscarás estar satisfeito com tudo o tempo todo”. Este único mandamento se decompõe em três outros sub-mandamentos. #1 Eliminarás todo sofrimento Will Ferguson, em seu romance ‘Ser Feliz’, denuncia a insensatez de uma sociedade feliz, sem contradições e contrariedades. Conta a história de Edwin De Valu, que edita um best-seller de auto-ajuda e alastra uma praga devastadora pela humanidade: a felicidade. O romance é um primor, que desmascara esta mitologia da realização pessoal e advoga a necessidade de aprendermos a conviver com a incompletude e imperfeições inescapáveis à condição humana. Com um humor impar, Ferguson diz que “se, um dia, alguém escrevesse um livro de auto-ajuda que realmente funcionasse, que sanasse nossos infortúnios e eliminasse nossos maus hábitos, os resultados seriam catastróficos”. #2 Satisfarás todos os teus desejos Por esta razão Oscar Wilde diz que “neste mundo só há duas tragédias – uma é não se conseguir o que se quer, a outra é conseguir”. Shopenhauer disse a mesma coisa de outra maneira: “A vida oscila pois, como um pêndulo, da direita para a esquerda, do sofrimento ao tédio”. André Conte-Sponville esclarece: “sofrimento porque desejo o que não tenho e sofro esta falta; tédio porque tenho o que, por conseguinte, já não desejo”. Viver para satisfazer desejos é uma tolice tão grande quanto enxugar gelo. #3 Realizarás o pleno potencial Kant [filósofo, 1724-1804] usa uma idéia de felicidade como a estrela polar que, “para o navegante, é só a referência. Ele não quer chegar à estrela polar, nem chegará. É utopia, portanto. A sabedoria não está em recusar o horizonte e se aquietar, mas em saber que você é um ser de busca, e não de encontro.” Concluindo: O primeiro passo, portanto, na direção da felicidade é o desmascaramento da felicidade conforme proposta pela sociedade contemporânea. Nas palavras atribuídas a Mário Quintana, a escolha de uma “felicidade realista”, como ele mesmo descreveu: “A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos”. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormentam e provocam inquietude no nosso coração. “Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade”.

Permita-se

Permita-se amar Com o passar dos anos o amor tem sido muito mais estratégico do que espontâneo. Temos que redescobrir a naturalidade do relacionamento amoroso. As pessoas precisam ter interesse genuíno no outro. Por Roberto Shinyashiki As pessoas vivem fazendo comparações entre elas mesmas e os outros. Comparam também as pessoas entre si. O tempo todo ficam imaginado que, se algo fosse diferente no parceiro, ele seria melhor. Quando você entra no jogo da comparação, sempre, há alguém que sai perdendo. E, geralmente, quem sai perdendo é você mesmo. Ao se comparar, você fica impedido de ver quanto você é o único e especial. Muitas vezes, as pessoas se sentem agredidas pelos atos negativos do seu companheiro. As características básicas das pessoas que procuramos coincidem, ou se opõem, na maioria das vezes, às de alguma pessoa especial e importante da nossa infância. Quando iniciamos uma relação, geralmente, vemos o outro como uma pessoa diferente dos parceiros anteriores e muito especial. Porém, à medida que os problemas vão surgindo, começam as comparações com o último relacionamento e, depois de algum tempo, reafirma-se a crença negativa de que amar não dá certo. Dessa maneira, é muito fácil, por exemplo, o casamento entornar em pouco mais de dois anos. O grande desafio é, justamente, nos desvencilhar da imagem projetada que fazemos de nós mesmos e de quem está ao nosso lado, nos permitindo aceitar as maravilhosas qualidades do ser humano e os defeitos também. Quando, num relacionamento, não estamos amando o outro, mas, a imagem que construímos e buscamos encontrar, e essa imagem cai, permitindo-nos vê-lo exatamente como é, há um desinteresse, um desencanto. Enquanto vivermos sob o domínio da neurose, com sistemas de comparações, jamais amaremos alguém com a intensidade de que idealizamos. Amamos nos sonhos e ficamos sozinhos quando acordados. Há uma frase de que gosto muito diz: “o casamento dá certo para quem não precisa de casamento”. Normalmente, a compulsão de casar e de viver junto nascem de uma dependência. As pessoas esperam um complemento. Essa não é a função de um relacionamento, o outro não vai preencher uma lacuna, mas sim, ajudar a desenvolver o que elas não têm. Infelizmente, a maior parte das pessoas odeia sua própria companhia e vê no outro uma forma de “salvação”. O único jeito de amar é buscando a sinceridade. Infelizmente, com o passar dos anos o amor tem sido muito mais estratégico do que espontâneo. Nas revistas femininas via-se muito esse tipo de atitude: “se ele fizer isso, faça aquilo”, o que foi minando a espontaneidade do amor. Nós temos que redescobrir a forma de amar, a naturalidade do relacionamento amoroso. As pessoas precisam ter interesse genuíno no outro.Todas as maneiras de amar devem ser naturais. Quem fica estudando demais o outro, “mata” a possibilidade de amar alguém. O mundo é feito de absurdos e encontros, os absurdos fazem parte, porém, devemos entender que é possível ser feliz, acreditando dia-a-dia na naturalidade dos sentimentos. Devemos perceber que a única maneira de amar o outro é nos amando. A medida em que você vai desenvolvendo a paz, mais você vai gostando de ficar com você e seleciona melhor seu possível companheiro. Se a pessoa tem baixa auto-estima, usará o outro para “tapar o buraco” de suas carências, no entanto, ninguém resolve a carência de ninguém. Conviver e saber aceitar a idéia de que qualquer relacionamento pode acabar é a chave para o amor saudável e construtivo. Tentar dominar o parceiro com medo da perda, só faz com que ele se afaste ainda mais. Esse é outro grande desafio da arte de amar: lidar com a possibilidade da perda, sem dominar o outro. Roberto Shinyashiki é escritor e conferencista

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

QUEM SOMOS....

lya lft
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.