quarta-feira, 16 de março de 2011

Transtorno de Déficit de Atenção




Todo mundo conhece, pelo menos, um menino ou uma menina que na escola distrai-se com facilidade durante as aulas, perde coisas necessárias para as atividades, comete erros por descuido em tarefas, não consegue seguir instruções, não finaliza deveres escolares, apresenta baixo desempenho, vive "a mil por hora" ou age como se estivesse "ligado na tomada". Na família, tira o sossego dos pais, fazendo-os se desdobrarem para manter o mínimo de obediência e limite, assim como os leva a uma preocupação constante por viver "no mundo da lua" e não fazer as coisas direito.

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é um distúrbio neurológico, de causas genéticas, caracterizado por sintomas de distração, inquietude e impulsividade. Precisa ser diagnosticado por um neuropediatra ou psiquiatra e ser tratado com psicoterapia e medicamentos.

O TDAH parece ser resultado do processamento irregular de informações nas áreas cerebrais responsáveis pela emoção e pelo controle dos impulsos e dos movimentos. Mas essas variações não indicam nenhum comprometimento mental. Os sintomas típicos de desatenção, hiperatividade e agitação aparecem em todas as idades, até mesmo em adultos, mas com uma disparidade considerável em crianças com 06 a 16 anos. Sabe-se que cerca de 30% dos meninos e 15% das meninas vão desenvolver distúrbios de aprendizado quando estiverem na metade da adolescência. A agitação física normalmente se reduz no adolescente, mas a falta de atenção permanece, e, muitas vezes, se associa a comportamentos antissociais e problemas emocionais. As crianças mostram-se esquecidas ou impacientes.

A falta de controle dos impulsos se manifesta em decisões precipitadas. Ainda assim, crianças com TDAH, muitas vezes, comportam-se de modo perfeitamente normal em situações novas, principalmente se tiverem pouca duração e envolverem contato direto com pessoas agradáveis, ou forem estimulantes. Antecedentes como temperamento difícil ou transtornos de sono ou apetite já foram detectados em crianças com menos de 3 anos que depois foram diagnosticadas com TDAH, mas não é possível fazer uma avaliação definitiva nos primeiros 3 anos de vida.

Atualmente é possível identificar o problema segundo um conjunto de características que o diferenciam do comportamento adequado para cada idade. Mesmo assim, as discussões sobre o exagero no diagnóstico e sobre o melhor tratamento estão mais acirradas que nunca. O ideal é que, comprovado o diagnóstico de TDAH, família e escola busquem promover as adequações necessárias à formação da criança e do adolescente.

É preciso ter ciência de que o ritmo e os estímulos são diferentes. Por outro lado, não significa que os mesmos devam ser abandonados a sua própria vontade. Pelo contrário, é necessário estabelecer uma rotina clara e previsível do dia, como se fosse um roteiro provável a ser seguido. As normas das escolas e as regras de casa devem ser repetidas constantemente, para que sejam internalizadas.

É fundamental que o próprio indivíduo, com orientação e apoio, aprenda a organizar a sua vida e a cuidar bem das suas atividades diárias, sentindo-se melhor e mais confiante.

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