quinta-feira, 3 de março de 2011

Autonomia



A autonomia baseia-se no nível de segurança estabelecido no primeiro relacionamento social (mãe, pai e bebê). Este é considerado o ponto mais influente na criação de protótipos internos que ajudarão a criança a moldar, nos anos seguintes, os laços interpessoais íntimos.

Uma criança segura é, consequentemente, mais competente e madura social e cognitivamente, o que a conduz a uma elevada autoestima e a um maior autoconhecimento, fazendo-a transportar para sua personalidade uma maior confiança, cooperação, sociabilidade, tolerância à frustração, capacidade de solucionar problemas e de conquistar a independência.

A construção da autonomia será possível em um ambiente democrático, constituído por relações de respeito mútuo, possibilitado pelas trocas sociais. Daí a grande importância do trabalho na educação infantil, já que esta desempenha um papel importante no desenvolvimento da criança. Assim sendo, as Diretrizes Curriculares Nacionais (CEB 22/98) – para esse nível de ensino - possuem a tarefa de nortear as propostas curriculares e os projetos pedagógicos, estabelecendo paradigmas para a própria concepção dos programas de cuidado e educação, visando, acima de tudo, à qualidade.

É na primeira infância que o desenvolvimento da autonomia se torna condição necessária para a construção de uma personalidade saudável, a fim de que, em outras fases da vida, o indivíduo se torne capaz de resolver situações conflitantes, de forma crítica e assertiva. Na escola, são proporcionadas a ele atividades que lhe possibilitem vivenciar experiências diversas, fazendo escolhas, sociabilizando descobertas e seguindo à conquista da sua autonomia.

Para o sucesso do trabalho, a escola conta com a parceria da família. Conhecer a especificidade de cada criança e o modo como ela pensa, age e constrói conhecimentos favorecerá o seu desenvolvimento global. Permitir que a criança realize atividades domésticas, escolares e de lazer, respeitando sua maturidade, exercitará nela sua independência e responsabilidade. É um trabalho sistemático, que requer tempo, paciência e treino. Exige uma edificação de tudo que foi adquirido ao longo de muitas interações (alicerces cognitivos e fisiológicos).

Na maioria das vezes, os pais querem ver os filhos autônomos de um momento para outro, sem lhes terem ensinado. Esse ensinamento deve ser reforçado, assim como aprender a falar e a andar, por tentativas de erros e acertos. Como tantas outras, a autonomia é uma aquisição que a criança tem potencial para realizar. É necessário fazer investimentos!

Ana Beatriz Asfora

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