terça-feira, 24 de maio de 2011

Resposta aos pais....Meu filho está agressivo e não obedece. Já tentei fazer várias coisas e não quero bater. Como dar limites sem bater? O que faço?


Sabemos que os pais e cuidadores querem educar as crianças da melhor forma possível e muitas vezes não sabem quais as alternativas para colocar limites ou lidar com comportamentos que consideram inadequados. Partimos do princípio que todas as crianças devem crescer em um ambiente livre de violência e que o diálogo – mesmo com os muito pequenos – deve sempre prevalecer. Uma criança que apanha ou é humilhada vai aprender que os conflitos se resolvem desta maneira.

Tente com calma conversar com seu filho. Muitas vezes as crianças testam os limites dos pais e cuidadores e é preciso colocar esses limites. Se quando a criança grita ou tem um comportamento agressivo os pais cedem ao que ele queria, ele vai aprender que gritando e caindo no chão ele irá conseguir o que quer. Uma dica é sempre que for falar com eles sobre a atitude que está tendo, abaixe-se para ficar da altura dele e olhe nos olhos. Se considerar necessário deixá-lo de castigo, uma possibilidade é escolher uma cadeira, e explicar que vai ser o lugar do castigo e o porquê do castigo para que ele peça desculpas. É importante que o local do “castigo” seja seguro e à sua vista. É importante ressaltar que o tempo do castigo depende da idade da criança. Em geral crianças muito pequenas não entendem de forma clara a relação causa e efeito – não adiantando deixá-las de castigo.

As crianças precisam de limites para crescer de forma saudável. Alguns desses limites são definidos pelas regras de convivência. Assim como não podemos bater em um colega de trabalho, elas também não podem bater nos colegas ou em qualquer pessoa em casa ou na rua. Esse tipo de limite é diferente daqueles que usamos para proteger as crianças, como por exemplo, quando impedimos que atravessem a rua sozinhas. Nesse último caso, a criança desafia os pais para ter certeza de que são cuidadas e amadas. Estes últimos limites ainda são diferentes daqueles limites em que simplesmente servem para não satisfazer as vontades das crianças, como por exemplo: a criança pode comer doce antes das refeições? Isto pode ser completamente negociável. Há famílias que podem, outras não, outras ainda às vezes, ou seja, nesses casos você pode negociar com seu filho, para que ele não esteja completamente submetido a limites que são aleatórios. Assim, ele poderá escolher e se responsabilizar pelas suas escolhas. Além disso, poder negociar com seu filho é uma grande chance de vocês manterem um diálogo!

As crianças geralmente percebem quando estamos nervosos, com raiva ou felizes. Converse com seus filhos. Explique, por exemplo, quando você está nervoso/a ou sem paciência por determinada coisa e que ele não tem culpa disso.

É importante ressaltar que não existe apenas um jeito certo para educar. As dinâmicas familiares e relações estabelecidas entre cuidadores e crianças são diversas e é no dia-a-dia que você encontrará as melhores formas de educar seus filhos, de acordo com as características de cada um deles. Educar é um processo diário e as mudanças muitas vezes levam tempo.

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