segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Conversando sobre drogas



Vivemos em um mundo desumanizado, que gera e fomenta personalidades ‘doentes’. Os valores humanos, afetivos e sociais, são deixados de lado e as substâncias estimulantes substituem os afetos essenciais à vida, gerando depressão em massa. Os tóxicos surgem como a solução ideal, disponível, trazendo alívio imediato. Mesmo que ilusóriamente.
As pesquisas e a realidade mostram que a maioria dos usuários / dependentes de drogas continua morando com sua família de origem, sendo, geralmente, sustentados pela mesma. Estabelecem-se padrões de relacionamento, com papéis e funções fixos: o usuário é o algoz e a família, a vítima, o que praticamente impossibilita a mudança das relações familiares, sem ajuda externa.
A família quer que seu ‘bode expiatório’ (o adicto/usuário) seja ‘curado’. Relacionando suas dificuldades apenas a ele: “Se não fosse o problema do abuso de drogas, seria tudo um mar de rosas”.
Um filho que escolhe a dependência química, escolhe não se tornar independente, portanto, não crescer nem se separar da família. Ele passa a depender cada vez mais da família e aglutina todos à sua volta. Por outro lado, a família tampouco precisa encarar as mudanças naturais em seu ciclo vital (saída do filho de casa, casamento, nascimento dos filhos, morte dos pais), já que a crise congela o tempo e desvia a atenção da família daquele momento de mudança e de situações potencialmente dolorosas, que precisam ser revistas. A família, ao ter de cuidar do paciente referido, adia esse momento, seja temporária ou definitivamente. O preço a pagar é que a família se coloca como refém e vítima do usuário, vivendo a vida dele e em função dele, e, assim, ficam todos emaranhados e enredados, lidando com culpa e acusação mutuamente. Mas ninguém se separa, selando um pacto de morte para todos os envolvidos. O que gera a doença familiar.
O usuário fica obsessivo pela droga e a família pelo usuário. O desequilíbrio geral se estabelece e equipara todos os envolvidos. É uma situação onde não há ganhadores, todos perdem. O usuário chega a dizer, por exemplo: “Olha como vocês é que estão doentes; prefiro continuar bebendo a ficar sóbrio e nervoso como vocês”.
O que fazer diante dessa situação?
Neste momento conversas esclarecedoras de caráter reflexivo-pedagógico a respeito do tema, com psicólogos especializados em dependência química.
para refletir sobre o uso de álcool e/ou outras drogas por parte de nossos familiares.
Se você é familiar/amigo de um usuário, e está sofrendo com seu uso descontrolado, procure ajuda. Segundo a Organização Mundial de Saúde, de cada dez dependentes de substâncias químicas apenas sete se salvam, quando a família e o usuário se tratam. Venha engrossar as estatísticas positivas, não sofra em silêncio! Você pode contar com ajuda e orientação de profissionais para casos agudos ou crônicos em sua família.
Na seja um refém, mas um ajudador,uma pessoa que deseja verdadeiramente que o outro tenha uma vida digna. E em especial ame,mas ame muito,pois este é um segredo que muitos esquecem durante este furacão.
Tacía Pítsica
Psico-pedagoga

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