sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um Enfoque Multidisciplinar"

Quando se trata de fazer Educação Inclusiva, a situação se torna muito mais complexa, pois além dos sujeitos que apresentam tais características, precisamos lidar com a resistência e o preconceito de muitos, inclusive de alguns educadores. Contudo, sempre encontramos pessoas dispostas a mudar, a fazer a diferença no ambiente escolar. Pensando nestas pessoas, nos propomos a oferecer espaços de discussão e prática dos diferentes referenciais teóricos concernentes a Educação Inclusiva.
Sabemos que quebrar alguns tabus que cercam a Educação como um todo, não é tarefa fácil. Sabemos que cada um tem suas próprias características e que estas devem ser levadas em conta quando planejamos ensinar. Nosso maior desafio tem sido promover ações que levem os(as) professores(as) a se conscientizarem de que:
As desigualdades são benéficas porque revelam as marcas de novos possíveis de nossa espécie. Elas nos livram da uniformidade e conferem aos seres humanos uma peculiaridade que nos distingue interna e externamente e de outros seres, por mais que eles se aproximem de todos nós, nas escolas biológicas de comparação. (MANTOAN, 2006, p. 77).
E, que nós, que somos ou pretendemos ser educadores, não somos dotados do direito de julgar ou penalizar os demais por suas características individuais; mas, que as desigualdades sociais, que também devem ser consideradas no processo de ensino-aprendizagem, são perfeitamente mutáveis, conforme escreve Mantoan:
Escapam-nos, como membros dessa espécie, as condições de julgar moralmente as desigualdades naturais, dado que elas são produzidas pelo agir da natureza, diante de uma inusitada composição de fatores intervenientes da criação, que ainda pretendemos controlar (não estamos sendo clonados, por enquanto). Já as desigualdades sociais são produzidas e decorrentes de fatores que envolvem diretamente o controle e a interferência humana e, portanto, possíveis de serem moralmente consideradas. (MANTOAN, 2006, p. 77).
Tomando por referencia autores(as) como Mantoan e entendendo que as desigualdades devem ser consideradas pelos educadores, adotamos, no desenvolvimento do Projeto de Inclusão Escolar, por nós desenvolvido, uma metodologia baseada no processo de ação/reflexão/ação. A partir de atividades educativas baseadas em metodologias ativas esperamos, além de efetivar a inclusão das pessoas que apresentam necessidades especiais (PNEE), suprir as dificuldades de aprendizagem dos(as) alunos(as); sejam elas provenientes de deficiências físicas, mentais, de desajustes de cunho afetivo/emocional e, ainda, dos problemas de socialização e de convívio com os demais. Pois, percebemos, que no sistema educacional de ensino, que a maior demanda é de crianças com dificuldades de aprendizagem procedentes de problemas familiares e sociais, que se manifestam em qualquer fase da vida escolar dos educandos. Estas, muitas vezes, são rotuladas como alunos(as) problemáticos(as) e acabam sendo expostos(as) ao preconceito e à discriminação no ambiente escolar. Para evitar situações como esta e preparar os(as) acadêmicos(as) para enfrentá-las, apostamos no contado direto dos(as) mesmos(as) com a realidade e dos(as) professores(as), responsáveis pelas turmas de onde provem as crianças a serem atendidas, com as teorias que norteiam a prática inclusiva, independente da causa da necessidade de inclusão. Com isso, esperamos alcançar nossos objetivos que são: estabelecer uma conexão entre a teoria e a prática através dos atendimentos pedagógicos; proporcionar aos(as) acadêmicos(as) dos diferentes cursos de licenciatura um espaço para aquisição de experiência e crescimento com relação às práticas inclusivas em sala de aula; e instrumentalizar acadêmicos(as) e professores(as) para a efetivação do processo inclusivo.

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